sábado, 25 de outubro de 2008

Como age o destino

Acho que era novembro, não me lembro bem. Estava sentado com minha avó na varanda quando ele chegou cambaleante e parou na nossa frente. Fingi que ele não estava ali, me aconcheguei no colo da mãe-vó e a abracei.
_ Pode debochar da minha cara, viadinho.
Por um momento achei que não fosse comigo, mas logo senti algo com uma força descomunal me puxar pela camisa. Consegui, como que por milagre, me desvencilhar daquelas mãos. Minha avó se levantou assustada e logo estavam todos na cozinha.
_ Ele é um fresco, uma bicha. Fica tirando sarro da minha cara, mas daqui ele não sai vivo hoje!
Gelei, porque aquilo era mesmo comigo. Corri pro meu quarto e fechei a porta. Enquanto ele tentava arrombá-la eu pulei pela janela. Fui em direção à casa de meu tio que era perto. Quando vi, ele estava atrás de mim. Não haviam conseguido conter sua força, mesmo estando bêbado. Gritei por meu tio que apareceu e já se deu conta do que estava acontencendo. Abriu a porta e mandou eu sair pelos fundos. Os dois se pegaram e já correndo pra longe, me disseram q ele estava com uma faca. Voltei em direção à minha casa, porém dessa vez passei direto. Corria muito, como nunca havia feito antes. O lugar pra onde queira ir ficava a 3km dali,  os pés que já estavam sem as sandálias doíam, mas eu não parava. Passei pelo meio do arraial, sujo, descalço e suado de tanto correr. Pessoas me olhando com cara de espanto. Achei refúgio. 
A casa da tia Fulô era o lugar mais seguro, todos respeitavam sua velhice e sua candura. Fiquei trancado ali, que desde então passou a ser minha casa. Não o vi mais, por um bom tempo, andava com medo pra ir pra escola e pra voltar pra casa. Tomou-se a decisão. O menino tem que ir pra São Paulo. E foi assim que vim parar aqui.

7 comentários:

Anônimo disse...

e eu achando que tinha passado por coisa pior.

Anônimo disse...

nossa, charlie.
quem vê foto, não vê coração - tá que isso eu já sabia... mas enfim...

que bad.

Marcel disse...

Gente... eu num sabia disso, amor!
Quem era o mané?
Vamos voltar a "Barbies" e dar na cara dele? A gente faz a Thelma & Louise mas sem morrer no final! hohohooho
E eu achando que vc tinha vindo pra sampa pq queria brilhar nos tablados! ;)
Amo
Bjus
P.s - Se vc decidir, já aviso antes: Eu que sou a Thelma! hohoho

Melissa Mell disse...

Ai, Charlie, meu coração ficou pequeno de ler isso...que vc sempre encontre colos de avós e tios protetores, mas que os sem alma fiquem longe de você.
Bjs, meu querido, e o abraço apertado te dou qdo te ver.

Anônimo disse...

Tadinho do Charliezinhoooo...

fikei imaginando como se fosse num filme.. q agonia!

se precisar correr d novo(espero q não, rs) corre pra Bauru q ateh dezembro tem teto aki...rs

bjunda!

Unknown disse...

Oi Charlie, tal como o da Mel, meu coração ficou apertado. Adoro passar por aqui, hoje resolvi deixar um recado.
Prazer, sou Ana, amiga da Val

Raullzito disse...

se huntar minha história com a sua, Manoel Carlos fica rico e a Globo terá audiência por 3 séculos.

=*