segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mais sobre os sonhos

Tem gente que não consegue se lembrar de sonhos. Eu não consigo esquecê-los. Já tive de todos os tipos. Tive aqueles em que eu caía do precipício, outros em que eu corria num campo pra abraçar Jesus e es se transformava no cramunhão quando eu pulava no colo dele. Tive sonhos daqueles de acordar fazendo xixi na cama, outros em que estava sem sapatos na escola. Estranho como a maioria desses sonhos que estou citando aqui aconteceram com muita gente. Eu super jurava que eram sonhos só meus e de mais ninguém. Porém sempre que eu os conto, tem alguém que já sonhou algo parecido.
Mas há ainda um outro tipo de sonho que tenho sempre que é muito bizarro e esse, creio eu que não seja tão comum. Às vezes eu sonho que me aconteceu uma coisa muito boa, que eu estava esperando muito. Dia desses eu estava precisando de grana e sonhei que tinha achado 100 reais e escondi o dinheiro debaixo do travesseiro. Quando acordei de manhã, fui todo "cheio de si" pegar a minha mufunfa e cadê? Tinha ficado no sonho, mesmo. Não havia resquício nenhum de que o dinheiro havia estado ali. E esses dias eu sonhei que estava longe de todos os meus problemas e que os amigos que eu mais amo estavam junto comigo o tempo todo. Pra onde quer que eu olhasse, tinha alguém pronto pra me dar um abraço, me dizer uma palavra de afeto... Daí eu acordei, e vi que esse sonho é a mais pura realidade!


P.S.: Dedico esse post a todos os meus amigos, sejam os que estão perto ou os que estão longe, e também às pessoas que sempre passam por aqui e me deixam um recadinho carinhoso. É minha forma de dizer obrigado!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Pombo Novo

Sempre me identifiquei com pássaros. Quando pequeno, tinha um pintassilgo lá em casa que a mãe dizia que era meu. Constumava ficar horas sentado perto da gaiola, olhando ele cantar. Como sabem, morei no interior de Minas Gerais até os meus 16 anos e passarinho lá nunca faltou. Chegava a época do verão e eram revoadas de andorinhas, voando rápido e bailando em curas aéreas que faziam eu e meu primo, o Nêgo, corrermos atrás delas como bobos imitando suas curvas pelos pastos, onde eventualmente por estarmos distraídos pisávamos em alguma bosta de vaca. Havia também as maritacas, que a mãe mandava a gente enxotar porque, além de piarem  desesperadamente, elas atacavam o pomar deixando só as capotas das frutas. Eram uma festa de aves pra onde quer que se olhava. Era sabiá, canário da terra, juriti, passo preto... Fora o papagaio brigão de quem eu já falei aqui.
Uma vez, creio que estava na sétima série, eu li um poema que, se não me engano, se chamava "Iniciação". Era um poeminha pequeno, falando de um pombo novo. Era uma coisa simplesm, mas de uma beleza singela que me marcou e eu me lembro dele  até hoje. Não faz muito tempo, o Evandro Breal me ensinou que aquilo era um haicai, que descobri no google ser da curitibana Helena Kolody e acho que dentre todos esses, foi esse pássaro que eu nunca vi que mais me marcou. Eis o tal, que não sei se reproduzi de forma correta, mas era mais ou menos assim:

Iniciação...

Do beiral, o pombo novo 
prescruta o horizonte.
A liberdade assusta o seu dom recente de alar-se.

Helena Kolody