terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Forever incomplete...
Talvez esse seja meu último post do ano. Talvez esse seja meu último post. Eu hoje tomei uma decisão que pra alguns pode ter sido uma coisa idiota, mas que pra mim significou muito. É muito difícil pra mim, uma pessoa mega carente, insegura e o cacete a quatro, se desligar de alguém que eu julgava importante. Porém, tive que fazer isso. Está sendo difícl, está sendo doloroso, mas há coisas que são necessárias. Sabe aquele lance de passar pelos espinhos para colher os morangos mais doces? Eu acredito nisso. E cada vez mais eu tenho passado por todos os espinhos, os mais pontiagudos e firmes, que rasgam a pele e cortam fundo e que vão deixar marcas bem visíveis. Passo por isso tudo esperando chegar a eles mais cedo ou mais tarde, ainda que pensem que jamais os encontrarei em lugar algum. Mas esses tais morangos parecem estar cada vez mais distantes, e seu vermelho se confunde com o sangrar de um sofrimento que uns até julgam desnecessário, mas que eu julgo ser crucial ao meu aprendizado. Talvez eu esteja vivendo na esperança de algo inexistente, talvez eu esteja certo. Não sei, espero chegar a esses tais frutos que, ao colher, não saberei que gosto terão, mas que experimentarei seu gosto, sendo doce ou azedo. Porque foi por eles que eu passei por tudo isso e de forma alguma será em vão.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Sobre as perdas e danos
_ Você tá com uma cara séria, Charlie. Aconteceu alguma coisa?
Foi o que me disse Ana ontem ao chegar em casa e me pegar perdido entre milhares de pensamentos. Minha vontade era sentar e desabafar, mas não achei justo com ela compartilhar minhas fraquezas e tristezas depois de um longo dia de trabalho. Disse que só estava com sono e tentei, em vão, adormecer logo.
Foi o que me disse Ana ontem ao chegar em casa e me pegar perdido entre milhares de pensamentos. Minha vontade era sentar e desabafar, mas não achei justo com ela compartilhar minhas fraquezas e tristezas depois de um longo dia de trabalho. Disse que só estava com sono e tentei, em vão, adormecer logo.
Aconteceu muita coisa esse ano e revendo tudo desde o primeiro dia, pude constatar que foi um ano de muitas e irrecuperáveis perdas. Perdi minha avó, o maior amor da minha vida, perdi a Gabi, perdi minha mãe para seu egoísmo, perdi meu lar, perdi amigos que me acompanharam durante anos dizendo que sempre estariam ao meu lado, perdi também outros recentes que me diziam ser importante. Perdi a fé, perdi a vontade de lutar por meus ideiais, pela minha vida. Me vi em um momento em que estava somente em pé e respirando, sem viver e sem vontade de fazê-lo.
Tudo isso teria sido insuportável se não fossem amigos que, do seu jeito, sem saber direito como demostrar apoio, amor, me guiaram através dessa escuridão. Ouviram meus choros, seja abraçado no sofá ou seja a quilômetros de distância via telefone, ouviram meus raros momentos de felicidade e se fizeram presentes, ainda que não fisicamente. Mas ainda assim foi e está sendo um ano muito duro.
Me vejo aqui hoje, impotente, esgotado. Olhando pra trás e ver que minhas conquistas ficaram longe, e estão praticamente invisíveis sobre uma montanha de derrotas. Me entreguei tanto, me doei tanto a vida inteira, que hoje parece que minhas forças se esgotaram. Podem me achar injusto enquanto estou aqui falando sobre as coisas ruins, parecendo dar importância mínima às coisas boas. Mas coisas ruins deixam marcas, algumas mais profundas, outras mais dolorosas. E o que acontece de bom nem sempre é o suficiente pra fazer essa dor passar e essas marcas amenizarem.
Fico aqui machucado, dolorido, com o peito e a alma despedaçados. Fico com os que ainda estão do meu lado, me dando forças pra continuar e me levantar, pra voltar a caminhar de novo em 2012.
Fico aqui machucado, dolorido, com o peito e a alma despedaçados. Fico com os que ainda estão do meu lado, me dando forças pra continuar e me levantar, pra voltar a caminhar de novo em 2012.
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