domingo, 19 de junho de 2011

Sobre a imensa dor da saudade

"Eu tava cansada e tava indo deitar, mas acho que bobeei no meio do caminho. Entrei no quarto e passei a mão na cama, mas achei que alguma coisa tava esquisita. O colcão tava meio mole, a cama parecia pequena. Passei a mão na parede e também não achei o botão da luz. Tentei sair, não achava a porta, foi quando eu vi que tava perdida e chamei a Maria."

Essa foi a última história que eu ouvi a mãe contar, no dia do seu aniversário. Também foi essa a última vez que eu estive com ela. A última vez que eu deitei na sua cama, que senti seu cheiro, que conversamos.
Hoje está fazendo um mês que ela se foi e eu consegui segurar as lágrimas até agora, mas elas teimam em vir cada vez em maior quantidade. Não sei se é a saudade ou se é a certeza de ter perdido a pessoa que mais me amou nessa vida, ou talvez a única que o tenha feito de verdade. 
Às vezes tenho vontade de desistir de tudo, e ir pra junto dela. Porque está muito difícil aguentar tudo sozinho. E acho que já o teria feito, não fossem alguns que, estando por perto, me dão um pouquinho de forças pra continuar.
Obrigado André, Eduardo, João e Ronald, por serem essa força que ainda me faz continuar.

3 comentários:

Ana disse...

Pode não parecer agora, mas uma hora melhora.
Nunca vai passar, mas fica um pouco mais fácil de aturar.
Mesmo.

Nina disse...

Você escreve tão bonito, até sobre coisas tão tristes.

Deixo-lhe um abraço grande, ainda que virtual, e um pouco de aconchego.

Fique em paz, querido.

Beijo

Lilia disse...

Nunca desista!
Você ja conquistou muito (e tem muito a a conquistar)
O pouco que sei: sua história é muito bonita.
Talvez não saiba...você é uma pessoa admirável.
bjs