"Eu tava cansada e tava indo deitar, mas acho que bobeei no meio do caminho. Entrei no quarto e passei a mão na cama, mas achei que alguma coisa tava esquisita. O colcão tava meio mole, a cama parecia pequena. Passei a mão na parede e também não achei o botão da luz. Tentei sair, não achava a porta, foi quando eu vi que tava perdida e chamei a Maria."
Essa foi a última história que eu ouvi a mãe contar, no dia do seu aniversário. Também foi essa a última vez que eu estive com ela. A última vez que eu deitei na sua cama, que senti seu cheiro, que conversamos.
Hoje está fazendo um mês que ela se foi e eu consegui segurar as lágrimas até agora, mas elas teimam em vir cada vez em maior quantidade. Não sei se é a saudade ou se é a certeza de ter perdido a pessoa que mais me amou nessa vida, ou talvez a única que o tenha feito de verdade.
Às vezes tenho vontade de desistir de tudo, e ir pra junto dela. Porque está muito difícil aguentar tudo sozinho. E acho que já o teria feito, não fossem alguns que, estando por perto, me dão um pouquinho de forças pra continuar.
Obrigado André, Eduardo, João e Ronald, por serem essa força que ainda me faz continuar.
3 comentários:
Pode não parecer agora, mas uma hora melhora.
Nunca vai passar, mas fica um pouco mais fácil de aturar.
Mesmo.
Você escreve tão bonito, até sobre coisas tão tristes.
Deixo-lhe um abraço grande, ainda que virtual, e um pouco de aconchego.
Fique em paz, querido.
Beijo
Nunca desista!
Você ja conquistou muito (e tem muito a a conquistar)
O pouco que sei: sua história é muito bonita.
Talvez não saiba...você é uma pessoa admirável.
bjs
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